O despertador deu a alerta e deixou bem claro que era demasiado cedo para levantar, quanto mais para sair e enfrentar a manha chuvosa que se avizinhava.
Pela primeira vez a saída foi tardia e a chegada ao parque da Ericeira foi, inevitavelmente, fora de tempo. Mesmo assim ainda deu para esperar por mais um ou outro “atrasado” mais apurado.
A partida para o passeio fez-se registar mais pelas 9h e a estrada fez-nos o aquecimento com umas boas subidas para contrariar o frio matinal. Novos trilhos pelas terras da Ericeira, passagem por um um ‘single track’ excepcionalmente exigente e perigoso, mas sem conseguir superar a emoção provocada por uma das mais bonitas paisagens da zona. Um trilho escavado na encosta do rio, que o acompanha até desaguar no mar, é seguramente uma paisagem sem igual.
Saboreada a brisa da marítima, rumamos para mais estradas, estradões, trilhos e afins até o grupo não resistir e começar a partir-se em pequenos grupos, claro que também com algumas desistências, como foi o caso do Rodas que contra sua vontade retomou o caminho de casa volvidos alguns kms depois do infortúnio “joelho de ferro” com a pedra.
A paragem para me abastecer de água fez-nos perder o contacto com o grupo, mas seguindo os ‘riscos’ do GPS conseguimos retomar o caminho, apanhar o Jorge mais à frente, para logo ai nos despedirmo-nos dele e seguirmos caminho, mas agora num grupo mais pequeno, eu o Pedro, o Costa e o Xavier.
Confesso que o passeio ganhou nova dinâmica, algumas alternativas ao percurso original, acabaram por nos presentear com as arribas de Ribeira de Ilhas, a penosa subida de alcatrão para a Ericeira, uma visita a um forte que entre guerrilhas politicas, vai resistindo às investidas do mar como pode e a juntar a tudo isto, dois novos amigos com espírito do BTT à nossa imagem.
Afinal o despertador estava enganado, porque mesmo com um pouco de chuva à mistura, o passeio preencheu-nos muito bem a manha e até rompeu um pouco pela tarde dentro.
NDraker
O pó dos trilhos alimenta-nos o ego
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